Inédito na Mata Atlântica: filhote de harpia recebe rádio transmissor GPS para monitoramento em tempo real.
- Projeto Harpia

- 8 de set.
- 3 min de leitura
Pela primeira vez, um filhote de harpia (Harpia harpyja) na Mata Atlântica passa a ser monitorado com tecnologia de rastreamento por GPS. O marco aconteceu no Parque Nacional do Pau-Brasil, no sul da Bahia, onde um macho de aproximadamente dois anos de idade, ainda ligado ao ninho onde nasceu, recebeu a instalação de um rádio transmissor via satélite.

O equipamento de última geração, alimentado por bateria solar, permitirá o acompanhamento diário e em tempo real dos deslocamentos da ave. Este é o primeiro filhote de harpia monitorado com essa tecnologia em seu habitat na Mata Atlântica, um passo importante para a conservação da espécie, considerada rara e ameaçada no bioma.
Objetivos
Um dos objetivos do monitoramento é entender como o filhote utiliza o território ao redor do ninho, sua rotina de voo e os processos de dispersão – quando os jovens se afastam dos pais e buscam novos territórios. Os dados coletados poderão fornecer informações valiosas sobre o comportamento e os desafios enfrentados pelas harpias em florestas fragmentadas como a Mata Atlântica.

A instalação do transmissor ocorreu no mês agosto de 2025, por uma equipe multidisciplinar de biólogos, veterinários e técnicos do Projeto Harpia Mata Atlântica, com autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A equipe avaliou que animal está saudável e os primeiros dados enviados pelo transmissor mostraram ele bastante ativo no território dos pais.
Iniciativa de conservação
Coordenado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Projeto Harpia Mata Atlântica atua na conservação da espécie no bioma. O sul da Bahia é a região que o projeto atua a mais tempo, contando com o apoio da empresa Veracel, do Fundo Nacional de Biodiversidade (Funbio), Instituto Últimos Refúgios, do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e do ICMBio.
“A harpia é uma espécie-símbolo da floresta e compreender seus hábitos de vida é essencial para garantir sua sobrevivência. Este avanço representa uma conquista para a ciência e para a conservação da biodiversidade brasileira”, destaca o professor Aureo Banhos, coordenador do projeto.

A Harpia
A harpia é considerada a maior e mais poderosa águia das Américas, distribuindo-se principalmente nas florestas da Amazônia e Mata Atlântica. Ameaçada de extinção, a espécie sofre declínios populacionais devido à perda e fragmentação de habitat e perseguição por caçadores.

Altamente dependente de extensas áreas de florestas contínuas, a harpia constrói seus ninhos nas árvores mais altas, geralmente acima de 30 metros de altura, e se alimenta predominantemente de mamíferos arborícolas, como macacos e preguiças.
Cada casal cria apenas um filhote a cada três anos, até que o jovem atinja independência e disperse do território dos pais. A maturidade para reprodução é atingida após seis anos de idade, o que torna a recuperação populacional lenta e exige estratégias de conservação de longo prazo baseadas na proteção das florestas, dos seus ninhos, dos indivíduos da espécie, embora todas as espécies com as quais ela interage nos ecossistemas (como as presas e árvores para nidificação).
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