Asas da Mata Atlântica: Viabilidade da Translocação para Promover a Conectividade da População da Harpia na Bacia do Rio Doce - NOVO SUBPROJETO
- Projeto Harpia
- 16 de jul.
- 3 min de leitura
Em meio às florestas que ainda resistem na Mata Atlântica, um novo capítulo começa a ser escrito. O Projeto Harpia lança seu mais novo subprojeto: Asas da Mata Atlântica: Viabilidade da Translocação para Promover a Conectividade da População da Harpia na Bacia do Rio Doce.

Essa iniciativa é um desafio científico e um compromisso com o futuro das Harpias na Mata Atlântica.
O papel da harpia nos ecossistemas tropicais
A harpia (Harpia harpyja) é um símbolo das florestas brasileiras. Sua presença ajuda a controlar populações de mamíferos arborícolas, como macacos e preguiças, desempenhando um papel essencial na manutenção da saúde dos ecossistemas.
No entanto, a destruição do habitat e a caça colocaram essa espécie em risco crítico, especialmente na Mata Atlântica, onde é considerada ameaçada em alguns estados.

A situação na bacia do rio Doce
Na bacia do rio Doce e adjacentes, os poucos fragmentos de floresta remanescentes são os últimos refúgios para as harpias na Mata Atlântica.
Jovens aves em dispersão frequentemente enfrentam obstáculos fatais: colisões com linhas elétricas, atropelamentos, caça e captura.
Muitas vezes, precisam ser resgatadas. Esse cenário evidencia a necessidade urgente de ações que aumentem a conectividade entre os fragmentos florestais, garantindo rotas seguras para a dispersão e sobrevivência desses jovens.

Os pilares científicos do projeto
Para garantir a eficácia das ações, o projeto desenvolverá um conjunto robusto de estudos científicos:
Genética populacional: Serão realizadas análises genômicas para entender a diversidade e estrutura das populações de harpias na região, utilizando amostras não invasivas como penas de ninhos.
Medicina da conservação: Protocolos específicos serão implementados para o resgate, tratamento e reabilitação de harpias, assegurando que apenas aves saudáveis sejam translocadas.
Modelagem de habitat e viabilidade populacional: Usando softwares avançados, os pesquisadores mapearão os habitats adequados e avaliarão a capacidade de suporte das áreas para receber novas harpias.
Estudo de dispersão juvenil: Será monitorado uma jovem harpia equipada com transmissor GPS para compreender melhor os padrões de deslocamento natural da espécie.
Estudo piloto de translocação: Caso haja oportunidade, um experimento prático será conduzido para testar e aperfeiçoar os protocolos de translocação.
Equipe do Projeto Harpia em campo nas Unidades de Conservação que fazem parte da Bacia do Rio Doce.
Fotos: João Pasinato.
As histórias por trás da ciência
Cada resgate é uma história de aprendizado para o projeto. Como a da jovem harpia resgatada na Bahia, foi solta após meses de reabilitação no Parque Nacional do Pau-Brasil.
Monitorada por satélite, ela buscou seu lugar na floresta, construiu um ninho e tentou se reproduzir, mesmo sem sucesso inicial, foi um importante caso para evoluir o entendimento sobre a prática.
No Espírito Santo, outra história: uma jovem harpia resgatada foi devolvida para natureza na Reserva Biológica de Sooretama, mas foi morta dias depois, vítima de disparo de arma de fogo. Um lembrete doloroso da urgência de proteger essas aves também contra a ignorância humana.
A importância do envolvimento comunitário
Nenhuma ação de conservação é duradoura sem o apoio das pessoas. O projeto também pretende investir fortemente em comunicação e sensibilização comunitária: campanhas educativas, materiais gráficos, spots de rádio, atividades em escolas e a criação do "Disque Harpia", um canal direto para informações de resgates e avistamentos. Exatamente para prevenir que histórias como a contada acima não se repitam.

A ciência cidadã será incentivada, promovendo o uso de plataformas como iNaturalist para que todos possam participar do monitoramento da biodiversidade e contribuir para o conhecimento sobre as harpias.
Construindo pontes para a conservação
O que o Projeto Harpia propõe, além de estudar as aves, também busca conectar pessoas à floresta e a conservação das grandes águias florestais, promovendo a própria esperança de manter as florestas vivas.
Proteger a harpia é também conservar as florestas. Convidamos você a conhecer mais sobre esse trabalho, acompanhar nossas ações e fazer parte dessa corrente.
O Projeto Harpia Mata Atlântica agradece todo o suporte de nossos parceiros e apoiadores!
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O Projeto Harpia - Mata Atlântica agradece todo o suporte de nossos parceiros e apoiadores!
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