Foto: Jefferson Valsko
Uiraçu
Morphnus guianensis (Daudin, 1800)
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Accipitriformes
Família: Accipitridae
Espécie: Morphnus guianensis (Daudin, 1800)
Nome em Inglês: Crested Eagle
Outros Nomes: uiraçu-falso, gavião-real-falso
Status de Conservação Nacional
Vulnerável (VU) - ICMBio 2018
Status de Conservação Mundial
Quase Ameaçada (NT) - IUCN 2019
Características
O uiraçu-falso pode atingir entre 81 e 91 cm de comprimento total do corpo e 1,60 m de uma ponta a outra das asas. Pode pesar de 1 a 1,2 kg (machos) e de 1,6 a 1,9 kg (fêmeas).
Quando adulto, apresenta um penacho com uma única pena negra no centro mais longa o que o diferencia do gavião-real, que apresenta penacho bifurcado.
A espécie tem tres morfos distintos. O adulto morfo claro, apresenta um dorso e asas negro-amarronado, partes inferiores branco com finas barras bege-claro, cabeça e parte superior do peito cinza-claro amarronado com uma máscara negra nos olhos, além da cauda negra com três faixas cinzas.
O morfo escuro tem dorso negro, abdomem branco com barras negras e cabeça e peito cinza escuro ou peito negro, cauda semelhante morfo claro. Na fase extrema escura ou negra, todo o corpo e cabeça são negros, cauda barrada de cinza (FERGUSON-LEES & CHRISTIE 2001). O jovem apresenta a cabeça e partes inferiores esbranquiçadas e parte superiores cinza-claro.
Foto: Dante Meller
Dieta
Com suas garras apresentando um hálux de 4 cm, caça aves grandes, serpentes e pequenos mamíferos (SICK, 2001; GOMES & SANAIOTTI, 2015). Executa longos voos entre a densa folhagem das copas das árvores, a partir de um poleiro, capturando macacos e outros primatas. Também pode empoleirar-se próximo de árvores frutíferas para capturar aves que as frequentam (SICK, 2001).
Foto: Victor Castro
Reprodução
Os ninhos são plataformas de 1,1 a 1,3 m de diâmetro construídas a cerca de 28 m do solo, e podem ser reutilizados durante vários períodos reprodutivos. Ele possui menor porte que o de H. harpyja, e não são necessariamente feitos em árvores emergentes.
A fêmea coloca de 1 a 2 ovos entre setembro e dezembro, e são encubados por cerca de 40 ou 50 dias. Nesse período, o macho trás presas para alimentar a fêmea.
Sanaiotti observou dois ninhos em 2007, e constatou que ambos tinham seus filhotes prontos para voar no mês de junho.
Foto: Tiago Junqueira
Distribuição e Habitat
É uma espécie rara e enigmática, até mais que o gavião-real. Ele pode ser encontrado em florestas primárias e secundárias. Essa águia vive desde o nível do mar até acima de mil metros. Passa boa parte do tempo imóvel, oculto em meio a folhagem das copas em um poleiro alto de onde procura suas presas.
Após a revisão da distribuição da espécie por Gomes & Sanaiotti (2015), novas localidades de ocorrência foram incluídas. A ocorrência vai desde o sul do México, passando por Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, e chegando até o Paraguai e Argentina e Brasil. Mais especificamente no Brasil, a espécie é encontrada normalmente na Amazônia, mas ainda ocorre no Cerrado e na Mata Atlântica. No Cerrado pode ocorrer no Centro e Sudeste, havendo registros em Minas Gerais. Na Mata Atlântica, pode ser encontrado no sul da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
​
Mapa baseado nos dados da BirdLife 2019
Referências
- BIRDLIFE INTERNATIONAL (2017). Morphnus guianensis. The IUCN Red List of Threatened Species 2017. Disponível em: < https://www.iucnredlist.org/species/22695991/118209977 >. Acesso em 12 de Agosto de 2019.
- FERGUSON-LEES, J., D.A. CHRISTIE. (2001). Raptors of the World. Houghton Mifflin Company.
- GOMES, F. & SANAIOTTI, T.M. (2015). A review of the distribution of the Crested Eagle, Morphnus guianensis (Daudin, 1800) (Accipitridae: Harpiinae), including range extensions. Revista Brasileira de Ornitologia. 23. 36-63.
- ICMBIO (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume III – Aves. 1ª Ed. Brasília, DF: ICMBio/MMA.
- SICK, H. (2001). Ornitologia Brasileira. Ed. Nova Fronteira: Rio de Janeiro.